É no Norte/Noroeste Fluminense
que se concentra o maior número
de assassinatos de homossexuais
registrados no interior do Estado
do Rio de Janeiro. A informação é
da historiadora Marinete dos Santos
Silva, que participou, na tarde desta
quarta-feira, 17/09, do II Seminário
(Des)Igualdade de Gênero: a
homossexualidade em foco”, na
Uenf.
— Isso mostra que temos um
quadro de homofobia muito
desenvolvido na nossa região, o
que por si só já justifica que sejam
realizados estudos nesse sentido
— disse Marinete, que é chefe do
Laboratório de Estudos da Sociedade
Civil e do Estado (Lesce) do Centro
de Ciências do Homem (CCH) da
Uenf.
Após a abertura, foi realizada
uma mesa-redonda mediada pela
mestranda Sana Gimenes Alvarenga
Domingues, do Programa de Pós-
Graduação em Sociologia Política da
Uenf. Além da professora Marinete, a
mesa-redonda teve a participação da
professora da Faculdade de Direito
de Campos, Beatriz Bogado; e dos
pós-graduandos Fábio Bila e Daniela
Bogado, ambos do Programa de
Sociologia Política da Uenf.
Em sua explanação, Marinete
fez uma abordagem histórica da
homossexualidade. Lembrou que
no Velho Testamento já havia
condenações ao homossexualismo,
que viriam a ser reforçadas durante
a Idade Média. No entanto, o
mundo grego até encorajava os
relacionamentos entre homens, por
existir a idéia de que as mulheres
eram seres inferiores, responsáveis
apenas pela procriação.
— Os filósofos iluministas
vão se opor à visão medieval. Nesta
época, o homossexualismo deixa de
ser um pecado e passa a ser visto
como uma aberração temporária —
disse a professora.
Já no século XIX, segundo
Marinete, o avanço das ciências
biológicas colocou em ascensão
o pensamento médico. Agora, o
homossexualismo passaria a ser visto
como uma doença e os seus adeptos
Curso sobre Patrimônio começa nesta quinta-feira
Representantes do Inepac
(Instituto Estadual de Patrimônio
Cultural) e do Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) estarão participando,
a partir desta quinta-feira, 18/09,
na Uenf, do curso “Revisitando os
saberes e reinventando os fazeres —
Patrimônio Cultural e Arte na Escola”,
desenvolvido em parceria pelo Pólo
Arte na Escola e o Projeto de Extensão
“Patrimônio Cultural: aprendendo a
conhecer. Proposta para uma ação de
Educação Patrimonial”.
O primeiro módulo, “Educação
Patrimonial”, será ministrado pelo
coordenador de Pesquisa do Inepac
(Instituto Estadual de Patrimônio
Cultural), Sérgio Linhares, e por
Luciana Carvalho, do Museu do
Folclore do Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional). Dirigidas a arte-educadores,
animadores culturais e demais
profissionais da Educação interessados
no tema Patrimônio Cultural e Arte, as
aulas serão realizadas todas as quintas,
sextas e sábados, das 14h às 18h, na
Casa de Cultura Villa Maria.
Em outubro, deverá ser realizado
o segundo módulo: “Artes visuais na
Educação”, com duração de 32 horas.
O terceiro módulo, “Animação cultural
escolar”, deverá ser realizado em
novembro, com duração de 24 horas.
E o quarto e último módulo, “Vivências
expressivas em Arte”, também
deverá ser realizado em novembro,
totalizando 16 horas de atividades.
As inscrições podem ser feitas na Villa
Maria ou pelo e-mail arteuenf@uenf.
br . Os módulos podem ser cursados
separadamente.
O Projeto de Extensão “Patrimônio
Cultural: aprendendo a conhecer”
vem sendo desenvolvido desde 2004,
associado ao Programa de Educação
Continuada da Uenf. Desde então,
todos os anos têm sido oferecidos
cursos aos professores da rede pública
e privada de ensino, em parceria com
o Pólo Arte na Escola. O projeto foi
contemplado em dois editais do
MEC, em 2005 e 2007. Recentemente,
também foi contemplado em um
Edital da Faperj sobre divulgação das
artes.
A coordenadora do projeto,
professora Simonne Teixeira, lembra
que em 2006 foi publicado material
didático destinado a professores,
intitulado “Educação Patrimonial:
novos caminhos na ação pedagógica”.
Em 2007, o projeto foi pré-selecionado,
representando o Estado do Rio de
Janeiro, para o Prêmio Rodrigo de
Melo Franco de Andrade, na categoria
Educação Patrimonial, do Iphan. Além
de alunos, participam do projeto
bolsistas da Universidade Aberta. Mais
informações podem ser obtidas pelo
telefone (22) 2726-1647.
seriam submetidos a toda sorte de
procedimentos — alguns cruéis,
como tratamentos com choque e
mutilações dos órgãos sexuais —
visando à sua recuperação.
— No início século XX,
surge a teoria do “inatismo”. Ou
seja, o homossexualismo passa a
ser considerado um distúrbio inato.
Mas, se por um lado essa teoria tirou
a responsabilidade do indivíduo,
por outro reforçou a idéia de que o
“normal” é o heterossexual. Surge a
expressão “terceiro sexo” — afirmou,
lembrando que nos anos 1960 os
homossexuais, pegando carona em
outros movimentos de minorias
sociais (como o das mulheres e
dos negros norte-americanos, por
exemplo), passam a lutar por seus
direitos.
Por problemas de saúde,
o superintendente de Direitos
Individuais, Coletivos e Difusos da
Secretaria de Assistência Social e
Direitos Humanos do Estado, Cláudio
Nascimento, não pôde comparecer à
abertura do seminário, como estava
previsto. O seminário foi promovido
pelo Programa de Pós-Graduação
em Sociologia Política da Uenf, em
parceria com o Instituto Brasileiro
de Desenvolvimento Social (Ibrads).
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